
Câncer de Pâncreas
O pâncreas é uma glândula envolvida na função digestiva, ao secretar enzimas responsáveis pela digestão de alimentos, principalmente gorduras, e também tem importante função endócrina, como a produção de insulina e glucagon, hormônios responsáveis pelo controle dos níveis de glicose no sangue. Tem uma localização anatômica peculiar, o que terá repercussões sobre os sintomas desencadeados pelas suas doenças e sobre a dificuldade ao acesso cirúrgico. Está em uma posição posterior do abdome, próximo a órgãos e estruturas nobres. Podemos dividir a glândula em três porções: cabeça, corpo e cauda.
Quando pequenos, os tumores do pâncreas dificilmente provocam sintomas. A maioria dos tumores localizam-se na cabeça da glândula, o que pode facilitar o diagnóstico, pois ductos biliares e pancreáticos confluem-se nesta região, o que leva a icterícia quando há obstrução destas vias. Já os tumores de corpo e cauda frequentemente são diagnosticados somente quando atingem maiores dimensões, pois não estão localizados próximos aos ductos biliares.
Diante da suspeita diagnóstica, é fundamental que seja realizada tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética do abdome. Diante da constatação de lesão tumoral na glândula, deve-se proceder a biópsia, o que pode ser um procedimento tecnicamente difícil, pela localização posterior do pâncreas. Uma vez documentada a presença do tumor, o tratamento recomendado dependerá da extensão da doença. Caso haja possibilidade de remoção cirúrgica, discute-se com o Cirurgião a retirada do tumor primariamente. Após o tratamento cirúrgico, frequentemente é necessário tratamento quimioterápico complementar. Não raramente o tumor pode estar aderido a estruturas adjacentes, não sendo possível removê-lo em um primeiro momento, podendo se discutir tratamentos pré-operatórios, como a combinação de quimioterapia e radioterapia, com a finalidade de reduzir a lesão, com vistas a remoção cirúrgica posterior. Caso conclua-se que não há perspectivas cirúrgicas, a base do tratamento será o uso de medicamentos, como quimioterapia.