Dr. Alexandre Jácome | Câncer de Cólon e Reto

Câncer de Cólon e Reto

O câncer do intestino grosso é o tumor do aparelho digestivo de maior incidência no Brasil e no mundo. Síndromes genéticas predisponentes ao câncer podem estar envolvidas no desenvolvimento da doença, mas a grande maioria dos pacientes não herdou anormalidades genéticas parentais, e desenvolveu alterações no conteúdo genético tardiamente. O câncer de cólon é mais comum em países de maior índice de desenvolvimento econômico. Estima-se que obesidade, sedentarismo, dieta rica em carnes vermelhas e processadas sejam fatores de risco para o desenvolvimento da doença, enquanto que atividade física e dieta rica em frutas, verduras e fibras sejam fatores protetores.

Os tumores tendem a ser precedidos por tipos específicos de pólipos intestinais, que podem ser detectados e removidos precocemente pelo exame de colonoscopia, evitando a transformação para o câncer. Recomenda-se que todas as pessoas realizem exames de rastreamento a partir dos 45 anos de idade, já que o número de casos novos da doença em pacientes com idade menor que 50 anos tem aumentado nos últimos anos, cujas causas não estão completamente esclarecidas.

Quando causam sintomas, os tumores do intestino associam-se a modificações do padrão intestinal, como mudança da frequência de evacuações, diarreia ou constipação; sangramentos nas fezes, podendo se associar a anemia; obstrução do intestino; dores abdominais frequentes; e sensação de evacuação incompleta, o que chamamos de tenesmo.

Uma vez suspeitada, a doença é de fácil diagnóstico, sendo possível realizar a biópsia do tumor através de fácil acesso pela colonoscopia. É fundamental que o intestino grosso seja examinado em sua totalidade. Não raramente há estreitamento do intestino pelo tumor, o que impede o estudo do órgão em toda sua extensão. Caso isso ocorra, a colonoscopia deverá ser completada após a remoção cirúrgica do tumor. Além da colonoscopia, a extensão da doença deverá ser avaliada por tomografia computadorizada do tórax e abdome.

Na maioria dos casos, a doença está localizada no intestino e nos gânglios regionais, o que permite a remoção completa da lesão. O uso de quimioterapia após o tratamento cirúrgico pode ser necessário. No câncer de reto, que é a porção final do intestino grosso, frequentemente é necessário tratamento antes da cirurgia com quimioterapia e radioterapia, o que permite maior sucesso no tratamento. Em casos selecionados de câncer de reto, pode-se discutir cautelosamente o tratamento exclusivo com quimioradioterapia.

Caso haja lesões em outros órgãos, pode-se discutir a remoção cirúrgica dessas lesões secundárias, mas a base do tratamento será o uso de medicamentos, incluindo quimioterapia e anticorpos monoclonais.

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