Dr. Alexandre Jácome | Cateter Totalmente Implantado

Cateter Totalmente Implantado

A maioria dos fármacos utilizados no tratamento do câncer são administrados por via intravenosa, e alguns regimes de tratamento quimioterápico demandam uma infusão prolongada de algumas medicações, por vezes, durante 48 horas ou até mesmo algumas semanas de infusão sem interrupção. Há algumas décadas, esses pacientes eram hospitalizados para que fossem completados tais tratamentos, mas, mais recentemente, para a comodidade do paciente e para retirá-lo do ambiente hospitalar, foram desenvolvidos cateteres que podem ser implantados no paciente, que associados ao uso de bombas de infusão portáteis, permitem que ele realize seu tratamento em casa, indo apenas periodicamente ao centro de tratamento.

Atualmente, a vasta maioria dos pacientes necessita do uso do cateter totalmente implantado para a administração de um fármaco chamado 5-fluorouracil (5FU). Esta medicação é a mais antiga, porém, ainda é a mais importante no tratamento dos tumores gastrointestinais. E, muito frequentemente, é recomendada sua administração em 48 horas ininterruptas a cada 2 semanas, tornando o cateter um dispositivo extremamente útil. Uma medicação oral chamada capecitabina é equivalente ao 5FU e pode ser utilizada em sua substituição, mas nem sempre será recomendada ou bem tolerada pelos pacientes.

Para o implante do cateter é necessário um procedimento cirúrgico de baixa complexidade. É realizado por Médico Cirurgião em ambiente hospitalar, e ele definirá o sítio mais adequado da implantação, se próximo ao pescoço, à clavícula, ou no braço. O implante do cateter pode oferecer alguns riscos imediatos, como sangramentos no momento da punção venosa, ou riscos durante o tratamento do paciente, como infecção e trombose. Estes riscos, apesar de potencialmente sérios, são pouco frequentes, e, na maioria dos casos, considera-se que os benefícios do cateter superam os seus riscos. Como o câncer é uma doença potencialmente grave, caso o cateter não seja implantado, o tratamento quimioterápico pode ser menos eficaz ou trazer mais efeitos colaterais, podendo implicar em riscos à saúde mais importantes que os riscos relacionados ao cateter.

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